segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Neoclith, o pirata! - Parte 4

Em um galpão abandonado no meio de uma noite fria e muito escura, nos confins de um pequeno vilarejo, podia-se escutar de longe, muito claramente, uma única frase:

- Então, vocês querem ser piratas?

Todos ali, Beli, Ferdinand, Trevis e Steve, estavam muito surpresos com a revelação da identidade de Neoclith e com a proposta de se tornarem uma tripulação pirata. Porém, o maior susto foi identificar o que era aquele pedaço de papel envelhecido sobre a mesa. Realmente, o lendário maracujá sagrado existia e havia uma maneira de encontrá-lo. Esse foi o pensamento de todos. O maracujá sagrado tinha a reputação de ser um tesouro inestimável que tinha o poder de realizar todos os desejos de quem o possuísse.

Prontamente, Steve começou analisar o documento, e logo, começou a escorrer uma lágrima em seu rosto.

- É legítimo, veja esses traços envelhecidos e bem delineados! Disse Steve gaguejando.

Depois dessa cena todos se olharam, abriram um sorriso maléfico e fizeram um sim com a cabeça. Neoclith sorriu e então disse:

- Eu já sabia que vocês tinham vocação para o sub-mundo, um lugar onde se experimenta a verdadeira liberdade de viver. Agora, minha tripulação, vou apresentar-lhes o plano.

E ali ficaram a noite inteira até o raiar do dia.

No dia seguinte, tudo ocorreu normalmente no vilarejo do Condado de Treblingen, mas naquela mesma noite todos iriam começar uma nova jornada... Todos ao arrumarem suas malas se despediram de suas antigas vidas... Beli se despediu de sua cozinha, Ferdinand de sua fazenda, Trevis de seu mercado e Steve de sua biblioteca. E assim, partiram.

Já estavam a três dias viajando em duas carroças, todos disfarçados de camponeses, em direção ao oceano. Sim, o mar era a porta para o mundo livre, a porta para o sub-mundo, a porta para todos os mistérios...

Ao chegarem ao mar, todos se olharam com surpresa, pois não havia nada naquele local. Ficaram se indagando o porque Neoclith os havia trazido para o oceano, e não para um navio pirata atracado sob o oceano. Beli, a mais nervosa da trupe, rapidamente falou:

- Cadê o navio pirata do grande Neoclith? Não entendo capitão... não deveria haver um barco aqui...

Neoclith olhou sério para todos e com a mão fez um sinal para se acalmarem. Pegou sua espada e cortou um pouco a palma de sua mão, fazendo sangrar. Todos olharam aquilo atentamente, espantados e com certo medo de uma cena tão estranha. O capitão pirata continuou em direção ao mar e com a água em sua canela, ele abaixou e colocou a mão na água. Todos se aproximaram cautelosamente.

De repente, o vento parou, uma nuvem cobriu o céu, aves e animais se afastaram, um clima sombrio estava no ar. No mar o sangue de Neoclith tomou uma forma específica, um desenho...

- Carambolas!!! O selo dos Mares!!! Falou espantado Steve.
- Como assim? Você sabe o que é isso? Falou Ferdinand assustado e querendo explicações.
- O selo dos Mares... apenas li em livros e nem sabia que era possível... o selo dos Mares é um pacto feito diretamente com o Deus dos Mares, Poseidon, onde o invocador dá uma parte de sua alma para Poseidon em troca de algo... Isso pode lhe dar qualquer poder, mas ninguém sabe como realizar tal pacto, dizem que o proprio Poseidon deve escolhê-lo... Mas o problema é que parte de sua alma pertencerá ao mar para sempre, e você nunca será um ser completo no mundo dos mortos... Mas mesmo assim, isso é realmente assustador, o quão poderoso é nosso capitão...
- Mas o que ele ganhou de Poseidon??? perguntou Ferdinand ao Steve.
- Não sei, e tenho medo dessa resposta... respondeu Steve.

Nessa hora uma neblina cobriu os mares... e o ar ficou denso... mas algo podia-se ver... ao longe... uma sombra... ao longe... um som...

Um navio pirata escuro, com um formato imponente com um grande Tritão na ponta e grandes velas. Um navio não muito grande, mas aparentava ser muito resistente e rápido.

- Conheçam o Menkaure, nosso navio!

Um comentário:

Michelle C. Buss disse...

magnífico! incrível! cada vez que leio mais essa história mais a adoro!