Umbrella Girl

Em algum lugar qualquer, em algum tempo qualquer existiu um rapaz. Ele morava em uma região muito rural, e todo dia ia para a cidade de bicicleta para realizar seus afazeres. Seu cotidiano era tão simples e comum, que ele já se acostumara com aquela rotina e a tempos não sentia nenhuma emoção.

Certo dia, no caminho para a cidade, ao passar por um ponto de ônibus, localizado no meio dos verdes campos, ou seja, no meio do nada, ele observa uma menina. A garota estava vestindo um belo vestido branco, bem simples visto de longe, mas com lindos ornamentos se visto de perto. A medida que ele se aproximava do ponto, ele identifica que ela estava segurando um guarda-chuva. Um belo guarda-chuva, que aparentava ser do mesmo tecido e cor de seu vestido. O garoto logo pensou: Por que uma menina tão delicada e bonita estaria por ali? Além disso, por que usaria um guarda-chuva no meio de tanto sol e céu azul? Apesar de tanta curiosidade, ele seguiu seu trajeto.

No dia seguinte, ao sair de casa ficou pensando se veria aquela linda menina de novo. Ao se aproximar do ponto, viu que ela estava lá, tal qual como estava no dia anterior. Ele ficou feliz com aquilo e não conseguiu evitar um sorriso em seu rosto. Ao olhar para a menina quando passava pelo ponto de ônibus, ela também sorriu para ele.

O terceiro dia, nosso amigo já acordou bem animado. Durante o caminho, na bicicleta, ficou refletindo se deveria conversar com ela caso a visse de novo. Por um momento ficou bastante nervoso. Então, pensou que se ela estivesse lá, ele deveria conversar, pois não saberia se poderia ver ela de novo. E lá estava ela. Ao passar pelo ponto de ônibus, ele fez uma breve parada e falou:

- Olá, você mora por aqui? Acho que eu nunca te vi pelas redondezas...
- Mais ou menos. Disse a menina com um sorriso animado em seu rosto.
- O que você faz aqui todos os dias?
- Espero o ônibus, ora, hehehe.
- Entendo. Gostaria de perguntar, por que você sempre usa um guarda chuva, mesmo com tanto sol? Perguntou o rapaz, temeroso de aborrecer a menina.
- Eu uso para me proteger... Disse ela olhando para outro lado e fechando seu lindo sorriso.
- Entendo. Proteger do sol então.
Chegou o ônibus.
- Não, não é isso. Disse ela, enquanto entrava no ônibus rapidamente, acenando um breve tchau.

O garoto, ficou pensando que tinha falado algo errado e seguiu seu dia com peso na consciência. No dia seguinte, ele pensou em se desculpar e também pensou em não comentar mais no assunto. Como esperado, lá estava ela, no seu lindo vestido branco, e para a sua surpresa, ela já esperava ele com um lindo sorriso em seu rosto.

- Olá. Disse ela prontamente.
- Olá. Gostaria de me desculpar por ontem.
- Pelo que? Não lembro de você ter feito algo errado.
- Comentei sobre seu guarda-chuva.
- Ah, eu chamo ele de umbrella, e ele me protege de outras coisas, além de sol e chuva.
- Não entendo. Falou o rapaz muito confuso.
- Certamente, algum dia você irá entender. Não se preocupe! Disse, animadamente com aquele belo sorriso.

Depois disso, conversaram sobre outros assuntos e o ônibus chegou. Dia após dia, conversavam e se divertiam, enquanto ela esperava seu ônibus. A rotina do rapaz já não estava monótona, e achou incrível o quanto sua vida ganhou cor ao conhecer aquela menina do guarda-chuva. As coisas foram ficando cada vez mais empolgantes e interessantes. Houveram vezes, que deixaram passar o ônibus para pegar o próximo, e assim terem mais tempo para conversarem.

Certo dia, nosso amigo, acordou e percebeu que estava não apenas encantado por aquela linda menina, mas havia se apaixonado. Um nervosismo grande abateu seu coração, e sem saber o que fazer ou como fazer se acalmou e pensou, vou dizer o que sinto. Pegou sua bicicleta e foi para o ponto de ônibus. Ao chegar lá, estava ela já a sua espera. Infelizmente, como já eram tão amigos, ele esqueceu que ele tinha algo importante para falar, e apenas percebeu perto do horário do ônibus. Quando ele viu o veículo se aproximando, pensou que deveria falar naquele momento. Chamou ela. Eles se olharam nos olhos:

- O que foi? Perguntou ela, temerosa.
- Estou nervoso, mas eu queria que você soubesse que estou apaixonado por você.

Ela abriu um sorriso, sem dizer uma palavra e entrou no ônibus, e deu um tchau com sua mão, assim como na primeira vez que conversaram. Ele seguiu seu caminho, muito confuso, pensando no que ela estava pensando, o que ela iria fazer, o que iria acontecer então.

No dia seguinte, ele acordou muito nervoso. Pegou sua bicicleta e foi em direção ao ponto de ônibus. Surpresa. Não havia ninguém lá. Apenas um guarda-chuva. Apenas uma umbrella.

Ele se aproximou, e sem perceber, deixou uma lágrima cair sobre o guarda-chuva. Pegou a umbrella e ficou ali, parado, de pé, se protegendo.