segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Crise Ontológica?

As vezes, paro para pensar, e percebo que tenho um comportamento muito dual. Sinto ser dois em um.
O primeiro é um ser quieto, observador, frio e calculista. O segundo é espontâneo, engraçado e que não gosta de planejar, utiliza-se do improviso.
Realmente sinto que o primeiro é minha essência, e o segundo foi forjado a mão por mim durante minha adolescência, com o intuito de ser aceito pelas pessoas. Não penso que era algo que eu fingia ser, mas sim um lado fraco que eu tinha e que resolvi desenvolver, pois tinha um potencial interessante de me possibilitar uma integração social maior. E realmente, na época do colégio, essa mudança brusca de perfil ocorreu e fui mais aceito pelos meus colegas, e até mesmo por diversas pessoas no colégio. Quando demonstro esse segundo lado, dizem que pareço meu pai, e o primeiro lembra o jeito de minha mãe.
Isso faz com que muitas pessoas me subestimem, pois sempre acabo demonstrando apenas um perfil para a pessoa, e ela utiliza-se de um estereótipo baseado nisso para prever meus movimentos e atitudes, o que geralmente não funciona. Um exemplo clássico foi na minha formatura onde fui o orador, e fiz o discurso de uma maneira muito alegre, divertida e interessante, quando muitos acharam que ia ser algo metódico e "inteligente". Ou o inverso, quando duvidam de minhas capacidades intelectuais, visto que posso apresentar ser alguém despreocupado com planejamentos ou problemas técnicos, mas que no momento necessário realiza a tarefa com uma alta qualidade.
O ponto que quero chegar é que isso torna muito difícil para as pessoas me conhecerem verdadeiramente se não for com o tempo. E isso nunca foi um problema na verdade, exceto pelos relacionamentos. Ao mesmo tempo que preciso de tempo para mostrar quem eu sou, nenhuma das minhas partes é tão paciente para esperar o tempo certo e acabo me arriscando demais sempre.

Um comentário:

Michelle C. Buss disse...

Bem interessante!!!! Acho que todos somos assim sabe... uma parte mais divertida, outra mais reservada... pelo menos me sinto assim às vezes...